Cada vez mais vemos pessoas vivendo até os 100 anos de idade e já é um fato que a geração de hoje terá muitos centenários. Mas a velhice que iremos viver não é a mesma que vemos hoje, e como será muito mais longa, precisamos nos preparar para os novos hábitos e desafios.
Durante o 13º Fórum da Longevidade da Bradesco Seguros realizado nesta quarta-feira (21), em São Paulo, Denise Mazzaferro, mestre em gerontologia pela PUC-SP, apresentou, baseada no livro 100-Year Life (Vida de 100 Anos, em tradução livre), as tendências que vão mudar nosso futuro:
- As pessoas trabalharão até os 70 anos
Além da necessidade de renda pelas despesas de uma vida mais extensa, o trabalho traz o sentimento do pertencimento social, um dos pontos de extrema importância para que os idosos se sintam úteis e mantenham-se ativos.
- Existirão novos empregos e habilidades
Exercer novas funções e usar a criatividade não deve ser um privilégio exclusivo dos jovens. Com as mudanças no mercado de trabalho, muitos cargos deverão ser extintos, e pelo desejo de continuar trabalhando, os idosos também deverão se reinventar.
- Ter situação financeira estável não será tudo
Ao contrário do que acreditavam as gerações anteriores, uma boa reserva financeira não será sinônimo de uma velhice feliz. Identidade e propósito e um longo plano de vida serão essenciais para os “novos” idosos.
- A vida não será mais dividida em 3 estágios
A separação de infância, vida adulta e velhice será substituída por diferentes estágios por vida, que não serão ditados cronologicamente —as ações deverão ser tomadas de acordo com o momento mental de cada indivíduo. Não será incomum, por exemplo, um adulto voltar para a faculdade após os 50 anos, tendência que já começamos a ver atualmente.
- Transições passarão a ser mais corriqueiras
O medo de mudanças é outra característica que deve ficar no passado. Levando as preferências da juventude para a terceira idade, os idosos das próximas gerações não terão tanto apego à estabilidade em diferentes áreas da vida.
- Recriação será mais importante do que recreação
Em vez de procurar atividades para simplesmente ocupar a mente, no futuro, os idosos se recriarão para continuar produzindo e contribuindo com a sociedade.
- Ter opções será cada dia mais valioso
Para a tal adaptação citada previamente, diferentes habilidades e conhecimentos (mesmo aqueles que não tem nada a ver com a sua área profissional), aumentam o leque de oportunidades para o futuro.
- Relações familiares e de trabalho se transformarão
Ligações por vídeo com filhos e netos e até a saída de casa mais cedo serão normais nos próximos anos. No trabalho, a tendência é que pessoas de diferentes idades ajam em conjunto em uma mesma equipe, juntando a experiência com ideias modernas.
- Aumentará a experimentação
Os preconceitos deverão diminuir, e a tendência é que tabus sejam quebrados, criando experiências mais independentes para idosos e até mudando o foco das relações monogâmicas.
- Seremos e parecemos jovens por mais tempo
De acordo com pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva, o maior medo de 25% dos adultos com mais de 50 anos é sentir-se feio. Felizmente, para o grupo que compartilha dessa opinião, os avanços tecnológicos e até mesmo na forma de consumo de alimentos e produtos deve contribuir para uma aparência mais jovem em comparação aos familiares de gerações passadas.
Do UOL VivaBem, em São Paulo
21/11/2018