Você sabe o que é Desospitalização?

O envelhecimento populacional é um dos maiores desafios para a saúde pública contemporânea. Esse processo decorre de uma mudança na estrutura etária da população, que resulta em uma maior proporção de idosos em relação às demais faixas etárias, tendo como fator principal a redução da fecundidade.

O aumento na expectativa de vida provoca também uma mudança no perfil de doenças que acometem a população idosa, evidenciando a substituição de doenças infecciosas agudas pelas doenças crônico degenerativas não transmissíveis. A prevalência dessas doenças é bastante expressiva no idoso, destacando- se como consequências um maior tempo de hospitalização, uma recuperação mais lenta e uma maior frequência de reinternação e invalidez. Todos esses fatores determinam custos mais elevados no tratamento.

Com a senilidade o organismo sofre várias alterações fisiopatológicas, deixando o indivíduo mais frágil e vulnerável. Assim, pessoas idosas são acometidas com mais frequência às internações hospitalares. Pesquisas mostram que pessoas acima de 60 anos, pertencem a faixa etária que mais permanecem hospitalizadas, impactando negativamente na qualidade de vida destes indivíduos.

A desospitalização surgiu no final do século XX, como resgate de uma necessidade cultural, de humanização, de biossegurança e econômica. No entanto, o hospital tem sua inquestionável importância no momento da fase aguda da doença, em razão do seu aparato tecnológico e estrutural, funcionando com parte integrante de um sistema nacional de saúde, que compreende a atenção básica e a assistência domiciliar. A desospitalização é definida como um processo que busca a humanização de pacientes que se encontram hospitalizados. Tem como principal objetivo oferecer a estes indivíduos uma recuperação mais rápida e bem sucedida em seu domicílio, buscando racionalizar a utilização dos leitos hospitalares.

Nota-se uma tendência mundial para assistência domiciliar sendo uma estratégia que vem sendo implementada nos hospitais por meio do processo de desospitalização. Os custos com assistência em saúde são muito altos, o que torna uma realidade entre os países a dar prioridade aos leitos hospitalares para patologias agudas ou descompensadas.

A fisioterapeuta especialista em Gerontologia Jéssica Maria Ribeiro Bacha, afirma que grande parte das pesquisas na área hospitalar afirma: “Desospitalização não significa dar alta precocemente para o paciente, e sim humanizar seu processo de recuperação em seu domicílio”.

Os principais benefícios da desospitalização são:

-A desospitalização que ocorre no tempo correto, traz grandes benefícios para o paciente;

-Proporciona maior chance de esclarecimento e envolvimento familiar;

-Diminuição de riscos e maior estímulo Continuidade para o tratamento.

Por exemplo, a maioria dos idosos internados não adere ao tratamento por estar em um hospital, preferindo ter acompanhamento em casa perto dos seus familiares.

Em casa, ele pode receber todo cuidado que necessita de profissionais especializados e com atenção e apoio da família. Além de gerar melhores resultados para o paciente e seus familiares, a desospitalização também é vantajosa para o hospital e para a comunidade como um todo. Caso você tenha algum parente e/ou amigo idoso internado aborde este assunto com a equipe hospitalar. Se precisar de uma equipe multidisciplinar em seu domicílio, conte com os serviços do Vigilantes da Memória (medicina, psicologia, fonoaudiologia e fisioterapia todos com especialização em saúde do idoso pela USP).

Fonte: SBGG – SP

 

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