Suplementos à base de óleo de peixe ricos em ácidos graxos ômega 3 não protegem o cérebro contra o declínio da atividade mental ou demência, de acordo com um estudo feito com quatro mil idosos.
O estudo clínico realizado durante cinco anos e publicado, em agosto de 2015, no “Jornal da Associação Médica Americana”, é “um dos maiores já feitos na área”, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde Americano, que financiou a pesquisa. De acordo com os cientistas que realizaram o estudo, não foi encontrado nenhum benefício no Ômega-3 em parar o declínio cognitivo.
Os ácidos-graxos Ômega-3 são encontrados em óleos de peixe, e as pessoas que consomem com regularidade peixes como salmão, atum e linguado apresentaram melhor saúde ocular, cardíaca e cerebral em comparação com quem não consume estes alimentos. Porém, consumir os óleos em forma de pílulas não é a mesma coisa. Um estudo em 2011 mostrou que suplementos de Ômega-3 não melhoravam a saúde do cérebro de pacientes idosos com doenças de coração pré-existentes.
O estudo foi feito com pessoas com perdas de visão comum, chamada degeneração macular relacionada à idade (DMRI). Os pacientes tinham em média 72 anos e 58% deles eram mulheres.
Os voluntários foram selecionados aleatoriamente e requisitados a tomar ou um placebo ou pílulas com ácidos-graxos Ômega-3, especialmente ácido docosa-hexaenoico e o ácido eicosapentaenoico. Os participantes foram submetidos a testes cognitivos e de memória no começo do estudo e então novamente dois e quatro anos depois.
“Os níveis cognitivos de cada grupo decaíram de forma similar com o tempo, indicando que nenhuma combinação de suplementos nutricionais fez alguma diferença”, destacou o estudo.
Aproximadamente 47 milhões de pessoas no mundo sofrem de demência, um número que deverá atingir os 131,5 milhões em 2050, de acordo com o Instituto Internacional do Alzheimer.
O GLOBO 26/08/2015