Vigilantes da Memória
Esquecer o local onde você estacionou seu carro no shopping ou onde você deixou as chaves de casa é comum durante o processo de envelhecimento normal. Mas, se você não consegue se lembrar de como chegar em um local conhecido, recordar uma informação repetida algumas vezes ou as palavras certas não vem à mente é hora de conversar com seu médico, diz o geriatra Prof. Dr. Alexandre Busse, professor na graduação e pós-graduação da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).
“Há mudanças na memória que estão relacionadas ao envelhecimento normal, mas há alterações na memória e nas habilidades de atenção ou outra função do cérebro que poderiam sinalizar os primeiros sinais de doenças cerebrais. Seu médico pode solicitar o Check-up da Memória para diferenciar os dois”, diz Gislaine Gil, neuropsicóloga pós-graduada pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).
No Check-up da Memória se reúnem informações dos resultados de exames clínicos e de neuroimagem, associados ao desempenho nos testes cognitivos que determinam o que poderia estar causando as queixas. “Ao fazer uma avaliação cognitiva completa e medir pontos fortes e fracos em suas habilidades de memória, atenção, linguagem, pensamento, podemos determinar as áreas do cérebro mais afetadas e se há motivo para preocupação”, diz Gislaine Gil.
A notícia muitas vezes pode ser boa. “Podemos descobrir que há algo que precisamos observar ou uma condição subjacente que precisa ser tratada. Se encontrarmos um declínio cognitivo real, podemos começar com um remédio para ajudar a controlar os sintomas ou sugerir que a pessoa se inscreva em um ensaio clínico. Também podemos sugerir exercícios físicos ou Reabilitação Cognitiva”, comenta o geriatra Prof. Dr. Alexandre Busse.
Se as suas habilidades de memória e raciocínio estiverem realmente em declínio, encontrar as respostas o mais cedo possível dará a você mais tempo para se preparar para ações futuras e, provavelmente, melhorar sua qualidade de vida.