ANSIEDADE, CORONAVÍRUS, DEPRESSÃO, SOLIDÃO
Com a determinação de distanciamento social no estado de São Paulo, muitas famílias estão divididas e não podem mais se encontrar. O mesmo acontece entre amigos. A rotina também mudou drasticamente sem as atividades externas. Mas estar em casa não significa estar sozinho, conforme explica a psicóloga Valmari Cristina Aranha, membro da diretoria da SBGG. “Há uma grande diferença entre não sair de casa e se isolar”, afirma.
A psicóloga distingue “estar sozinho” e “desamparado”. “Estar distante das pessoas fisicamente não significa estar desamparado ou isolado, já que há muitas formas de se manter o contato”, ela diz.
Com o uso de tecnologia e internet, as interações, ainda que não substituam os afagos, abraços e beijos, são alternativas para diminuir a sensação de distanciamento, na opinião da especialista. Mesmo quem não tem acesso a essas tecnologias, ou não tem familiaridade com sua utilização, pode fazer bom uso do telefone. “Esse é um período que apresenta uma boa oportunidade para ligar para familiares e amigos, pois há tempo para isso e todos estão em casa”, diz.
“Além da interação, nesse momento é hora de colocar em prática tudo o que você queria fazer e não tinha tempo”, aconselha Valmari. Isso vai desde arrumar um armário, a estante de livros, fazer o trabalho manual parado há tempos ou se dedicar a aprender uma nova receita ou fazer um curso on-line. As opções são inúmeras.
“O importante é não ficar parado ou se alimentando demais de notícias difíceis na televisão. Isso pode levar à depressão”, explica.
E para vencer a inércia dos dias livres, a psicóloga recomenda que seja criada uma rotina. “Tenha horário para acordar, para tomar banho, fazer as refeições e faça a programação das atividades do dia e do dia seguinte”, orienta Valmari.
A psicóloga também diz que é hora para deixar de lado o orgulho ou a vergonha e aceitar ajuda. Se um vizinho se oferecer para fazer compras, aceite. “É uma boa oportunidade para conhecer mais gente”, diz.
É também tempo para planejamento. “O que você quer fazer depois que acabar esse período de isolamento? Organize sua vida para depois. Quer fazer uma aula de dança? O que precisa para isso? Sapato, roupa? Pesquise pela internet ou converse com amigos para saber onde compra, quanto vai gastar, onde pode fazer a aula etc.”, sugere a psicóloga.
SBGG – São Paulo
Publicado em 30/03/2020